Público do Museu Histórico de Sergipe aumentou 4 vêzes no cinqüentenário!

Thiago Fragata no lançamento da Exposição Arte in África.
Foto: Marcelle Cristine

Com surpresa consultei postagem “Museu 50 anos, além da reforma, pouca coisa para ser vista!”, matéria do blog Coisas de São Cristóvão. Ele fala da “falta de peças (cangaço e armas) no Museu Histórico de Sergipe, de visitantes frustrados (...) apesar do esforço do diretor”. Motivado pelo seu conteúdo venho esclarecer o seguinte:

O cangaço é um tema nordestino que até hoje atrai curiosos e a exposição de suas peças deixa saudades. Também lamento que o acervo do cangaço, emprestado ao Museu, tenha retornado a guarda de sua proprietária, Vera Ferreira, neta de Lampião. O fato ocorreu em 1993. Hoje o material se acha no Memorial da UNIT, em Aracaju.

Por outro lado, temos que começar a entender museu, não como lugar estático, lugar de coisa velha, abarrotado de artes para matar curiosidade do público. Atualmente, a museologia confere a essas instituições a possibilidade de dinamizar, inovar, experimentar, interagir, focar não apenas o visitante mas a comunidade, seja através de projetos educativos (Cinema no Museu, Música no Museu, Noite de Histórias, por exemplo) ou atividades de cunho cidadão (Círculo dos Ogãs, por exemplo). Além da Sala de Artesanato que abre a instituição para o artesanato local, favorecendo a geração de renda da comunidade. Sem falar no auditório, na Sala de Exposições Temporárias, novos espaços.

Sobre as armas é bom saber que o Governo do Estado planeja inaugurar o Museu da Polícia Militar em nossa cidade. As obras estão em andamento e as armas que tinham a guarda do Museu Histórico de Sergipe foram requisitadas então para sua instituição de origem.

Esclarecido a questão da "falta de peças" devo enfatizar que o Museu Histórico de Sergipe segue uma expografia (orientação de exposição) que prefere o cenário com peças e textos direcionados a uma mensagem, uma informação sobre determinado período da nossa História; invés de salas abarrotadas de peças, as mais diversas e curiosas. Ademais, as numerosas turmas que recebemos precisam circular e apreciar o acervo, com mínimo de conforto e sem colocar em risco a fragilidade das peças. Sei que isso não agrada a todos, possivelmente não agrade ao organizar do blog Coisas de São Cristóvão.

Mas se de fato os visitantes do Museu Histórico de Sergipe “estão frustrados” como informa o blog Coisas de São Cristóvão, fico muito feliz. O motivo da minha felicidade é constar que de agosto a novembro o número de visitantes quadruplicou (aumentou 4 vêzes)! Isso certamente será razão de mudanças. Dessa forma, não há nada melhor do que esse tipo de frustração e mudanças. Posso até ser substituído, mas que venham as mudanças. Tenho mim esforçado para ajudar a cidade de São Cristóvão a encontrar o sucesso a partir do seu potencial cultural, penso e trabalho no Museu Histórico de Sergipe nessa linha. Sou funcionário público e cidadão sancristovense engajado. Continuarei assim.

Sem mais, agradeço a atenção dispensada ao Museu Histórico de Sergipe e coloco-me a disposição para esclarecimentos.

Atenciosamente,

Thiago Fragata

Diretor do Museu Histórico de Sergipe

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